
Acompanhe-nos numa visita à fábrica com o responsável pela industrialização e com o engenheiro de produção de solid surface.
Curiosidade. Eis a razão para começarmos a trabalhar com solid surface. Em 1979, a Sanitana foi a primeira empresa portuguesa a dedicar-se exclusivamente à produção de cerâmica sanitária. Trinta anos mais tarde, essa mesma curiosidade levou-nos a explorar as possibilidades deste novo material.
Hoje em dia, a superfície acetinada do solid surface tornou-se uma visão comum na fábrica. “O solid surface teve um efeito instrumental, não apenas na performance dos produtos”, diz-nos Pedro Martins, o responsável pela industrialização de materiais compósitos, “mas também nas possibilidades do design.”
O Pedro sabe bem do que fala. Desde que começou a trabalhar na Sanitana em 2011, está envolvido em tudo o que esteja relacionado com o solid surface. Responsável pela implementação e otimização de todos os processos industriais, é difícil encontrar alguém que conheça tão bem os detalhes do material.
Foram necessários anos de pesquisa e experiências para alcançar as superfícies incrivelmente suaves dos Velvet, dizem-nos. Com este conhecimento acumulado, a equipa tem uma noção clara de como lidar com o solid surface de forma a obter os melhores resultados.
O Pedro conta-nos que sempre que lhes é apresentado um novo conceito, a equipa começa por trabalhar no protótipo à mão. “A tecnologia permite-nos modelar os processos e a maquinaria permite-nos criar as superfícies suaves e rigorosas que procuramos,” ele começa.
“Contudo, o processo ainda é muito baseado na importância do toque humano.” Ainda assim, ele explica, os nossos processos evoluíram muítissimo ao longo dos anos. Desde que a Sanitana começou, na última década, a produzir em solid surface, os procedimentos foram sendo alterados para integrar novas tecnologias.
Ele esclareceu: “No início fazíamos algumas manobras de corte manualmente, e a maquinaria não era usada na sua plena capacidade. Mas as coisas mudaram. No ano passado, começámos a trabalhar com mais máquinas CNC. Conseguimos não só refinar o acabamento que procurávamos, como nos tem ajudado a mantermo-nos a par com o aumento da procura que temos tido.”
Dentro da fábrica, aspiradores, máquinas de corte e polidoras de acabamento compõem a banda sonora. No chão, linhas amarelas demarcam cada posto de trabalho nos quais minerais e resinas parecem transformar-se com um toque de alquimia. Seguimos até à moldagem.
Já na sala, o Pedro aponta para um lavatório acabado de desmoldar e convida-nos a tocar na superfície morna e ainda maleável, explicando a importância do tempo de cura. Para atingir as suas propriedades mecânicas depois de sair do molde, ele diz-nos, o lavatório é colocado numa estrutura de suporte, onde é deixado a relaxar a uma temperatura ambiente controlada de 25°C até solidificarem. Que rica vida!...
Caminhamos até à próxima secção, passando por imponentes estantes com vários andares, repletas de moldes para lavatórios, banheiras e outros projetos ultra-secretos. No final do corredor, reparamos nas engenhosas estruturas de indexação, que indicam às máquinas CNC onde cortar - e onde parar.
Estas estruturas são a *magia* por trás da oferta de corte à medida do solid surface, diz-nos o Pedro. Dentro de uma destas máquinas, conseguimos ver os bordos finos de um lavatório Velvet a ganharem forma. O pó rodopia dentro da câmara de corte e ficamos a observar enquanto o braço do robot se move lá dentro, com a precisão de um cirurgião.
Ao lado, numa estação de trabalho próxima, uma trabalhadora usa a t-shirt com a assinatura da empresa - Improving Simplicity (Aperfeiçoando a Simplicidade). A indumentária parece dar contexto ao trabalho que está a ser feito. Equipada com um conjunto de ferramentas de desbaste e polimento, prepara um lavatório para entrar na máquina de corte mais próxima, num compasso que parece ser dado por um maestro invisível.
Enquanto conversamos, vimos um lavatório a sair da máquina de corte mais próxima e a ser cuidadosamente colocado num carrinho. De seguida é levado para o núcleo central da fábrica: as estações de acabamento. Apetrechadas com máquinas de polimento e lixas minuciosamente organizadas, cada estação segue um processo metódico de assemblagem.
Enquanto falamos com o Pedro e o Francisco Moura, o engenheiro de produção da secção de solid surface, vemos com atenção cada colaborador começar a verificar o seu lavatório de diferentes ângulos para encontrar e corrigir possíveis imperfeições, polindo até obter uma superfície lisa e suave.
Satisfeitos com o acabamento da superfície, cada lavatório é colocado novamente num carrinho, desta vez para seguir até ao Controlo de Qualidade. Lá, tal qual nadadores sincronizados, cada estação dá inicio a um processo cuidadosamente coreografado, verificando ângulos, dimensões e testando saídas de escoamento e furos de nível.
Para o toque final, ficamos a observar enquanto um lavatório Velvet é posicionado por baixo do imponente braço do laser. Em cinco segundos o braço robótico ergue-se para revelar um orgulhoso 'Sanitana' gravado na superfície.
Segue-se a última fase - a preparação para a expedição, e a nossa visita chega ao fim. Olhamos em redor e vemos a equipa alheia à nossa presença, ocupada com suas tarefas, claramente empenhados em aperfeiçoar à sua maneira a simplicidade. E para nós fica claro, a jornada continua.